Em Córdoba, o primeiro dia do ano é só silêncio. A cidade, que no verão parece viver mais a noite do que o dia devido ao calor, fica muda de vez. Poucos carros na rua, poucas pessoas, comercio fechado. Em alguns lugares do centro da cidade a buzina dos carros dão a vez para a sinfonia dos pássaros.
Nesse dia, um dos programas favoritos do cordobez é ir a piscina municipal. Com preços acessíveis (15 pesos) o local parece um formigueiro de tanta gente junta. Apesar disso a higiene e limpeza de lá é de se destacar.
Entre um mergulho e outro, fiquei observando os pequeninos brincando empolgados com o dia, os salvas vidas malucos com o apito chamando atenção dos maiores que faziam suas acrobacias perigosas, a família se divertindo junta, a paquera dos marmanjos com as gatinhas, o mate, personagem que esta em todas as rodas. Quem nunca viveu um momentos desses? Que delícia!
Me veio na cabeça as idas ao clube ao domingos com a família, quando criança. Era o grande evento da semana. Acordava extasiado, já imaginando as braçadas na piscina. Sempre gostei muito de água. Ao chegar não queria saber de outra coisa além da piscina, piscina e piscina. Me esbaldava até não poder mais, deixando minha mãe e os salvas vidas de plantão permanente ao cruzar a piscina semiolímpica de cinco metros de profundidade com meus míseros 1,50m e sem boia. Só saia de lá pra almoçar, com cara feia é claro.
Eram dias tão leves. A preocupação era simplesmente em divertir-se o quanto podia, sorrindo, pulando, correndo, nadando. Era aquele momento, feliz e contente. Nada mais importava.
Há momentos incríveis, que esquecemos as mazelas da vida e damos atenção ao que realmente importa. Curtimos os detalhes, as coisas simples, valorizamos os sorrisos. Sentimos a vida passando em cada fio de cabelo. Esses momentos nos tornam pessoas leves e quase que cegas na crença de um mundo com a carga de uma pena. Eu gosto assim. ;]
Dá-lhe!